sexta-feira, novembro 19, 2010

Que tal música africana?

Dia desses, em um momento de descontração no trabalho, um colega comentou que estava cansado de ouvir as musiquinhas que tocam nas FMs e nas emissoras musicais que pululam por aí. O amigo disse que não tinha mais paciência para letrinhas e melodias toscas e visuais coloridinhos. E falou em alto e bom tom: não há mais criatividade na música.

Cai o pano.

Depois disso, comecei a pensar que a indústria cultural realmente massifica. O jabaculê se espalha nas emissoras de rádio e tevê feito tumor em metástase. Resta a quem tem um gosto mais apurado ou que não aceita qualquer coisa, ir atrás da informação, ir atrás da boa música e da boa arte. Sim, pessoal, isso é possível.

Lógico que há um preço pelo refino e pelo bom gosto. Mas, filé mignon custa caro não é?

Os set lists das programações musicais das rádios são sempre o que vem ditado pelas majors norte-americanas e inglesas, respaldados pelas revistas ditas especializadas. Se a gravadora lançou e a revista carimbou que é legal, então, o brasileiro que engula o sucesso de popezinhos descartáveis e pouco inventivos. As rádios só consideram 3 tipos de música: a que vem dos EUA, a que vem da Inglaterra e a MPB. Os verdadeiros e bons artistas estão alijados do cenário. Nos EUA e na Inglaterra, os hit parades estão tomados por grupelhos teenagers, rappers com cara de gangsters e físico de lutadores de box e bandas de rock barulhentas e deseafinadas. Aqui no Brasil... bem, só citar o exemplo de "créus" e "rebolations" são suficientes.

Apesar da vizinhança territorial com dez países da América do Sul (Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela), muito pouco ou quase nada se conhece, se sabe ou se escuta da riquíssima música dessas nações.

Eu, por exemplo, sou um fã declarado da música latino americana e caribenha. Passei também a procurar e pesquisar na fonte a música popular africana, que é vasta e variada. Muitos gêneros de música popular como blues, jazz, salsa, rumba, reggae e o samba (ou seja, praticamente tudo que inclua ritmos) derivam em diversos graus das musicais tradicionais da África, levadas para as Américas por escravos africanos. Alguns, por puro preconceito, classificam a música que não é feita nos EUA ou Inglaterra com o ridículo rótulo de "world music".

Portanto, para quem se interessa em pesquisar ou simplesmente para atiçar a curiosidade musical, indico nomes como: Ali Farka Touré (guitarrista do Mali), soukous (estilo do Congo), Fela Kuti (artista fudamental da Nigéria), afro-beat, juju music (Nigéria), jive (África do Sul), Salif Keita (cantor do Senegal), Youssou N'Dour (Senegal), Tubarões (Angola), Papa Wemba (Congo), Tartit (norte da África-Tuaregs), Angelique Kidjo (Benin), makossa (Camarões), Ebenezer Obey (Nigéria), King Sunny Ade (Nigéria), Lura (Cabo Verde), Richard Bonna (Camarões).










Nenhum comentário: