sexta-feira, março 30, 2007

Os shows que eu não fui

O último show que eu fui foi num sábado de novembro de 2004. Uau! Tudo isso? Pois é... Era um show do Jota Quest num Gigantinho completamente lotado. Minha nossa! Faz mais de dois anos e meio que eu não vou num show grande.

Perdi de ver o Santana, em abril do ano passado. Não fui no Roger Waters. E este ano já teve Matisyahu, Bryan Adams, Pet Shop Boys. Ontem o Chico Buarque começou uma temporada que vai até domingo no Teatro do Sesi. Só que os preços estavam proibitivos para este pobre jornalista (ainda) desempregado. Só que tem gente mais remediada do que eu, afinal, todos os shows do Chico estavam com a lotação esgotadíssimas. Eu escutei o disco Carioca. Uma obra menor deste já senhor dos tais olhos cor de ardósia (que diacho de cor é isso?).

Na próxima terça-feira, dia 3 de abril, será a vez do grande Paulinho da Viola. E, novamente, acho que eu não vou. Valor do ingresso mais barato: R$ 80,00. Estão brincando comigo, né? É novamente no Teatro do Sesi, mas vamos combinar que é brabo pagar tudo isso, apesar que Paulinho da Viola é o velho Paulinho da Viola. Só que eu realmente não tô podendo...

Assistir samba bom aqui em Porto Alegre é tarefa de gincana. Faltam espaços adequados, de médio porte. Ou o show acontece no Teatro do Sesi, com os preços fora de cogitação ou então acontecem em quadra de escola de samba. Nas quadras, chega a ser engraçado de tão caótico. Geralmente anunciam uma grande atração para as 23h. Só que antes da principal atração da noite, se apresentam uma meia dúzia de bandinhas de pagode, que tocam mal, que bem se vê que ensaiaram pouco, cujos músicos não se dão ao trabalho nem de afinar os instrumentos. E tu ali, em pé, bebericando cerveja, achando graça dos bebuns que rodeiam o ambiente ou dos magrões que tentam azarar as menininhas...rsrsrsrs. E a principal atração da noite sobe ao palco às... quatro da manhã!

Se o show for de graça, ao ar livre, é pior ainda. Ano passado, um show organizado aqui em Porto Alegre, no Anfiteatro Pôr-do-Sol iria contar com a presença de Leci Brandão, Sandra de Sá, Alcione, Rappin' Hood, Netinho de Paula, etc. O show estava marcado para começar às quatro da tarde. Resolvi ir embora quando olhei no relógio e vi que já eram oito da noite. Fiquei sabendo depois que o show foi começar quase às 10 da noite.

Chegaaaaa!!! Não agüento mais BBB!

Socuerro, el justiciero!! Ayuda me por favor...

Uma vez o jornalista José (Macaco) Simão, da Folha de São Paulo, bem definiu o que é esse horroroso reallity-show: um monte de gente sem nada pra fazer assistindo a um monte de gente não fazendo nada.

Ô coisinha medonha esse programa. Já está na sétima edição, já esgotou a fórmula, já está enchendo os nossos culhões e ajudando a pobre população brasileira a ficar ainda mais indigente intelectualmente. E o pior que lá pelas tantas a gente começa a tratar os tansos que estão enfurnados naquela casa como se fossem tri íntimos nossos.

Admito que eu assisti os primeiros BBBs. Eu vi a primeira edição, aquela que foi conquistada pelo tosco do Kléber Bam-Bam. Assisti a segunda, que foi ganha por um caubói... quem mesmo? Teve ainda o terceiro, aquele do Dhomini, e que revelou a Sabrina Sato, hoje musa dos programas Pânico, da Jovem Pan FM e da RedeTV. A partir daí, o programa primou pela repetição de estratégias, a divisão dos vilões (que assumiram que estavam na casa para jogar e conquistar o prêmio a todo custo) contra os bonzinhos (os desprovidos de estratagemas e que ganham a simpatia do público por serem supostamente tansos). O telespectador punia os mais ardis e beneficiava os "do bem". Ah, teve também aquela edição que quem venceu foi um professor baiano e assumidamente homossexual, o Jean.

Tudo se encaminha para que o tal do Alemão seja o vencedor da vez. Confesso que tenho acompanhado mais por leituras de sites e de jornais porque não tenho paciência para assistir na tevê. E as lições de moral que o Pedro Bial resolve pregar nos dias de paredão? Realmente, não dá.

E o futuro dos participantes já está previamente traçado. As gostosas, invariavelmente, posaram para ensaios sensuais em sites ou estamparão as Playboys, Vips e Sexys da vida. Os garotões, se tiverem sorte, também aparecerão nos programas de auditório, ganharão convites para participarem de "eventos" se tranformarão nas mais novas celebridades que durarão até o próximo BBB. Enquanto isso, continuemos a ouvir a trilha de abertura, na voz do ex-RPM Paulo Ricardo...

Se pudesse escolher
Entre o bem e o mal
Ser ou não ser...
Se querer é poder
Tem que ir até o final
Se quiser vencer

segunda-feira, março 26, 2007

A melhor cidade do mundo

Porto Alegre completa hoje 235 anos de fundação. Ao contrário das duas megalópoles brasileiras, São Paulo e Rio de Janeiro, aqui não é feriado municipal, não tem nenhum grande show armado e, provavelmente, a efeméride de nossa cidade nem merecerá ser lembrada como notícia no Jornal Nacional.

Mas é impressionante o ufanismo que estampa os anúncios principais jornais sobre o aniversário da capital gaúcha. Parece que vivemos na melhor cidade do mundo. Segundo as publicações, temos o pôr-do-sol mais bonito do Brasil, o melhor futebol do mundo, as mulheres mais bonitas do mundo, a "melhor calçada da fama do mundo" (quaquaraquaquá), o Brique da Redenção é o maior e mais completo do Brasil, a Feira do Livro é a maior feira cultural a céu aberto existente sobre a Terra, somos a cidade que mais lê no Brasil, os melhores desportistas e produzimos a melhor cerveja. Exagero? Capaz...

Em compensação, a violência cresce em progressão geométrica, a segurança pública está um caos, a cada dia que passa aumenta o número de crianças nas ruas pedindo esmolas ou fazendo malabarismos nas sinaleiras. O índice de desemprego está assustador. O mercado de drogas também, assim como seqüestros, roubos a residências, a automóveis, a agências bancárias... Quem se atreve a dar um passeio na Praça da Matriz, na Redenção ou na Praça da Alfândega à noite? Ou caminhar no viaduto da Borges após às 21 horas?

Mas enfim, vamos celebrar! São 235 anos da muy leal e valerosa Porto Alegre! Somos os melhores. Mesmo que o resto do Brasil e do mundo não saiba.

quinta-feira, março 22, 2007

Porto Alegre é mesmo demais??

Na próxima segunda-feira, dia 26, nossa "leal e valerosa" Porto Alegre completa 235 anos de fundação. Já há alguns dias é possível escutar nas propagandas de rádio e tevê a voz doce e delicada da primeira-dama da Capital, a cantora Isabela Fogaça entoando a canção "Porto Alegre é demais", de autoria do marido, o jornalista, professor e prefeito José Fogaça.

Mas será que realmente a nossa Porto Alegre é demais? Que impressão que um visitante vindo de fora do Estado tem da cidade? Poa é atrativa em termos de turismo? Eu tenho lá minhas dúvidas...

Se um amigo ou parente de fora do Rio Grande do Sul desembarca em Porto Alegre para onde o levamos? Essa pergunta eu me faço todos os dias... Uma ocasião, durante uma corrida de táxi, o motorista me confidenciou que tinha dificuldades de sugerir a um turista lugares legais para se visitar.

Para onde vamos levar o forasteiro? Para ver o pôr-do-sol do Guaíba? Se estiver nublado ou chovendo, danou-se o programa... Quem se arrisca levar alguém para apreciar a vista de Poa nos altos do Morro Santa Tereza?

Ver o Laçador? Levar ao Brique da Redenção? Caminhar na Usina do Gasômetro? Bah, que programas de índio! Que falta faz uma praia, um mar...

O que nos resta? Um rolê cultural? O Theatro São Pedro está em obras. A Casa de Cultura Mario Quintana já teve dias melhores. Museus e bibliotecas fecham nos finais de semana. Os prédios públicos também.

Vamos ao shopping? A um bingo? Ou um culto da Igreja Universal?

Ao contrário de um Rio de Janeiro, por exemplo, Porto Alegre carece das belezas naturais de um Rio de Janeiro, da magia e da musicalidade de uma Salvador ou até mesmo da night de uma São Paulo.

De cara nova

Modifiquei o leiaute do blog. Gostei, acho que a nova formatação ficou mais "clean", com uma leitura mais agradável e uma cor mais suave. Vou providenciar para postar fotos e imagens. Espero que curtam também. Que beleza de ferramenta tecnológica hehehe!

quinta-feira, março 15, 2007

É disso que eu necessito

Agora que eu tô de bobeira, estou tendo mais tempo para pensar na vida. Coisa que eu só consiguia quando eu estava fora de combate do trabalho por causa de problemas de saúde. Estou tendo tanto tempo disponível que quase estou trocando o dia pela noite. Na "night" é tudo tão calmo, silencioso, não toca telefone, não tem gritaria de criançada, não tem vizinho chato reclamando ou discutindo...

Dá para ler um bom livro, assistir clipes legais na MTV ou um bom filme no Intercine, escutar com calma um CD favorito e ainda por cima acompanhar as letras das canções no encarte.

Mas sei que issonão pode se tornar costume, porque não sou vagal e quero logo trampear novamente, me sentir útil, e (claro) que pingue dindim na minha conta corrente.

Esta é da série COISAS QUE EU QUERIA...

- voltar a viajar, de preferência pra fora do RS;
- ir a um bom show de música (bah, perdi o do Santana no ano passado);
- conhecer o Rio de Janeiro;
- voltar a tocar em banda de rock;
- comprar uma nova bateria;
- aprender um instrumento harmônico;
- um novo "brisamóvel".

terça-feira, março 13, 2007

Tudo é uma questão de manter...

...A MENTE QUIETA
A ESPINHA ERETA
E O CORAÇÃO TRANQÜILO...

Pra mim, essa música do Walter Franco, "Coração tranqüilo" (que está no disco Respire fundo, de 1978), já se tornou uma espécie de mantra pessoal. Quando a panela de pressão está para estourar, penso nessa canção e o efeito é o mesmo de se contar até 10...

Com apenas esta frase, o artista sintetiza a fórmula ideal para se levar uma vida zen. Um dia eu ainda chego nesse estágio...

Aqui está o link para baixar a música: http://lix.in/5c1672

É bem simples e seguir os passos:

1) após abrir o link, clique em "continue" e vai abrir uma página do site Rapidshare;

2) você vai ver duas colunas, que pedem para selecionar o download, uma PREMIUM e a outra, FREE. Clique em FREE;

3) após isso, vai abrir uma nova página com uma contagem regressiva. Aguarde a contagem terminar e logo em seguida copie no quadro em branco o código que irá aparecer. Clique em download.

4) depois disso, salve o arquivo na pasta que quiser e espere baixar.

E nunca se esqueça de manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranqüilo!

sábado, março 03, 2007

Vai dizer que não me viu?

Entre as coisas que me fazem perder a esportiva é um conhecido me avistar e quando ao se aproximar, desvia os olhos para depois dizer que não tinha me visto. Quaquaraquaquá.

Como é que não vão ver um negão com 1m88 de altura pesando 90 kg? É o mesmo que alguém disser que não viu um gordo, um careca ou alguém andando de muletas. E como tem gente mascarada nesse mundo!

Lá no Palácio, tinha um assessor de imprensa (gordo, aliás), ex-cronista esportivo de uma emissora da Capital, que era useiro e vezeiro em não querer me enxergar. Às vezes, o querido passava ao meu lado, sem me cumprimentar. E olha que o cara já me conhecia há anos. Temos amigos em comum e tal. Mas quando o dito cujo via outros aspones mais graduados e, principalmente, as menininhas bonitinhas, lá se dirigia ele com cínicos tapinhas nas costas ou pegajosos beijinhos no rosto.

Quando esse fulano fingia não me ver, eu falava em voz alta, com um sorriso maroto e cínico no rosto e perguntava a ele por que não falava com pobre, por que não dava mão a preto e nem carregava embrulho, como naquele antigo samba do Billy Blanco.

Recentemente, tive experiência semelhante no Jornal do Comércio, durante os dois meses que fiz um frila na empresa. Eu conhecia um monte de gente no jornal, trabalhei com vários jornalistas lá e me dava bem com a galera. Já com a secretária da redação, senti uma certa antipatia por parte dela com a minha chegada. A fulana não me deu boas vindas, não se colocou à disposição para qualquer ajuda e nem sequer me orientou para nada.

A querida nem se dignou a falar comigo, só uns três dias depois da minha chegada, para me dar um puxão de orelha, dizendo que era para eu passar no Departamento de Pessoal para que eu informasse os meus dados, porque afinal, “nós não sabemos quem tu és”. Ta bom, né? Eu mereço... Além do que, volta e meia ela esquecia o meu nome. E não foram duas nem três vezes. Coitada. Pelo jeito, ela é um caso potencial para futuramente desenvolver Mal de Alzheimer.

* obs: o título deste tópico é inspirado no disco Vai dizer que não me viu, nome de um CD que o maravilhoso cantor e compositor Luiz Vagner, natural de Bagé (RS), lançou em 1995.